segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Majdanek

 A primeira vez que visitei o campo de concentração de Majdanek em Lublin (http://pt.wikipedia.org/wiki/Majdanek), foi em Fevereiro de 2000, poucos dias depois de chegar à Polónia. O que senti então foi o mesmo que senti há poucos dias, e que sinto sempre que visito este campo ou outro qualquer. E já estive em cinco na Polónia. Raiva, ódio, medo, angústia, tristeza, compaixão. Tudo isto potenciado pelas sensações físicas. O frio, o cheiro a cabedal das centenas de sapatos acumulados num dos barracões, o som do vento... Mas acima de tudo a sensação de impotência que nos deixa sem resposta, sem uma explicação para tudo aquilo. A grande diferença entre o Holocausto e os massacres do Ruanda, Arménia, Bósnia, por exemplo, não está na cor das vítimas ou dos carrascos, na motivação ou no número de vítimas, mas sim na capacidade de organização nazi. E é isto que realmente me choca. A organização até ao mais pequeno detalhe burocrático e logístico da morte em massa de seres humanos.  E este dom não está ao alcance de qualquer nação por pior que isto possa soar e por mais anti-prussiano que pareça este meu comentário. As fotos foram feitas com alguma dificuldade porque estava muito frio, 18 graus negativos, mas a luz era perfeita e o entardecer sem uma única nuvem.